sexta-feira, 17 de junho de 2011

Um único celular pode derrubar um vôo, diz Associação de Transporte Aéreo


Estudo conduzido pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) chegou a uma constatação que todos os passageiros conhecem, mas, nem por isso, respeitam: usar dispositivos eletrônicos como smartphones e tablets durante o voo pode causar acidentes, às vezes, fatais.
A pesquisa ainda não divulgada ao público descobriu que graças a um único BlackBerry ou iPad o sistema do avião pode ser desligado, e o piloto automático, desativado. Além disso, os gadgets podem ser extremamente prejudiciais em caso de mal tempo, pois desestabilizam os instrumentos de orientação utilizados pelos pilotos.
A Associação que reúne mais de 200 companhias de aviação averiguou que, em seis anos, 75 incidentes causados por passageiros que deixaram seus aparelhos ligados mereceram atenção. Desses, em 26 verificou-se problemas com os controles do veículo e em 17 o sistema de navegação foi prejudicado.
Outro estudo, conduzido pela fabricante de aviões Boeing, concluiu que o dispositivo que causa maior interferência é o iPad, seguido pelo BlackBerry. Nos testes, apenas um deles enviava tantos sinais que o nível considerado seguro pela empresa para levantar voo era facilmente ultrapassado.
O documento da Boing inclui, inclusive, testemunho de pilotos, relatando problemas causados pelos aparelhos. “A 4500 pés (1370 metros), o piloto automático foi desabilitado e os alertas começaram a ser exibidos”, diz um deles. “As aeromoças foram imediatamente impelidas a procurar por PAX (passageiros) que estivessem utilizando dispositivos eletrônicos. Elas reportaram quatro ocorrências (um celular e três iPods)”.
Nos últimos anos, especialista têm alertado que a crescente obsessão por dispositivos móveis é capaz de criar uma “tempestade” de interferência, levando à falha de instrumentos e, em casos extremos, a sérios acidentes; membros da IATA insistem para que passageiros não ignorem mais os avisos quanto ao perigo de aparelhos conectados à rede. Eles são claros: o avião pode colidir por causa dos mesmos.
A interferência provocada por smartphones foi citada como um dos possíveis motivos para a queda de um avião na Nova Zelândia em 2003, o piloto estaria telefonando para casa. Oito pessoas morreram. Já em 2007, o equipamento de navegação de um Boeing 737 falhou logo após a decolagem nos Estados Unidos, e só foi reativado após avisaram um passageiro para que desligasse seus GPS.

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